Mais uma vez o mundo assiste preocupado e consternado o conflito na Faixa de Gaza. Jerusalém, que serviu de berço ao Mestre Jesus, e onde Ele espargiu entre os homens a doutrina do amor incondicional, está sendo palco de lutas sangrentas, nas quais irmãos se levantam contra irmãos. No instante que o Mestre nos ensinou a chamar Deus simplesmente de “Pai” nos colocou na condição de irmãos.
A própria natureza demonstra que somos todos participantes da família universal. Os pássaros, assim como os peixes, não ficam aprisionados aos limites de um território apenas, e cumprem a finalidade para a qual Deus os criou, ora em um país, ora em outro. Os rios atravessam muitas regiões carregando em suas águas os nutrientes retirados das margens para enriquecer e alimentar o solo distante.
Não há como negar que a conduta da humanidade ainda demonstra traços de egoísmo, que somente o tempo com suas lutas e sofrimentos será capaz de extirpar. O homem caminha em direção ao progresso moral e intelectual, mas esse caminho é árduo e repleto de lágrimas, e enquanto o progresso moral não chega o homem utiliza o progresso intelectual para levar sofrimento aos seus semelhantes.
Confiemos sempre em Deus, pois o mundo não é uma nave sem rumo, e o futuro que construiremos na esteira dos séculos reservará para todos nós uma sociedade na qual o ódio, as guerras, as disputas não terão lugar. O preço dessa conquista é o sofrimento, no entanto, a misericórdia divina permite ao homem refazer as construções da sua própria insensatez.
Já vivemos inúmeras vidas e outras tantas viveremos. Assim é a Lei da Pluralidade das Existências. Caminhemos confiantes, pois um dia finalmente compreenderemos o que o Cristo quis dizer quando nos pediu “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.
ELCIO DE LIMA RODRIGUES